FORMAÇÃO HISTÓRICA DA URBANIZAÇÃO



CONCEITOS:

A urbanização resulta fundamentalmente da transferência de pessoas do meio rural ( campo) para o meio urbano (cidade). Assim, a ideia de urbanização está intimamente associada à concentração de muitas pessoas em um espaço relativamente restrito - a cidade - e na substituição das atividades primárias (agropecuária) por atividades secundárias (indústrias) e terciárias (serviços). Entretanto, por se tratar de um processo, costuma-se conceituar urbanização como sendo “o aumento da população urbana em relação à população rural”, e nesse sentido só ocorre urbanização quando o percentual de aumento da população urbana é superior a da população rural - êxodo rural.

As grandes cidades da Antiguidade surgiram geralmente próximas a grandes rios. Foi assim na Mesopotâmia, planície drenada pelos rios Tigre e Eufrates, onde atualmente se localiza o Iraque e nos Vales do Nilo (Egito), do Indo (centro-norte da Índia) e dos grandes rios chineses. Elas eram grandes centros de poder e de negócios, e a maioria da população vivia no campo.
Durante o Império Romano, a cidade ganhou importância política (o próprio império teve origem em uma cidade). Naquela época, os Estados e países europeus não estavam organizados como hoje. França, Alemanha e Itália, por exemplo, eram apenas nomes de algumas regiões.


A importância da cidade era grande seus habitantes, chamados de “cidadãos”, eram detentores do poder político e econômico, de grandes extensões de terras e de muitos escravos. Termo cidadão passou a designar aqueles que tinham direitos políticos em todo o império, os romanos eram os únicos a gozar dos direitos que reunimos hoje sob o termo “cidadania”.





Gavura pintada à mão pelo artista holandês Maerten van Heemskerck, no século XVI - Babilônia, hoje Iraque



 Há dois fatores que historicamente condicionaram o processo de urbanização: os atrativos, que movem as população para a cidades, e os repulsivos, que as repelem do campo.

O processo de urbanização moderno teve início no séc XVIII e foi consequência da Revolução Industrial, desencadeada primeiro a Europa e só muito posteriormente em outras regiões do globo.
Desde o início as indústrias precisaram instalar-se nas cidades. Primeiro em função da mão-de- -obra, que já estava concentrada na cidade devido às atividades comerciais, e depois pela presença do próprio mercado consumidor.

E no campo: nessa época, uma grande modernização (mecanização, introdução de novas técnicas etc.) chamada de Revolução Agrícola, causou o aumento da produtividade rural e diminui a necessidade de mão-de-obra. As cidades tornaram-se áreas de atração para uma grande massa de trabalhadores expulsos do meio rural. Dessa forma, a mão-de-obra tornou abundante e barata nas cidades.

A Inglaterra foi o primeiro país do mundo a se urbanizar (a população urbana já correspondia a mais de 50% do total em 1850). Pouco antes do final do século XVII, havia somente 25 cidades com mais de cem mil habitantes em toda a Europa, entre as quais Londres, Páris, Moscou, Napolis e Madri.



Na época da Revolução Industrial, a cidade subordinou o campo e estabeleceu uma divisão de trabalho, segundo o qual cabe a este fornecer alimentos e matérias-primas áquela, recebendo em troca produtos industrializados. Mas o fato do campo subordinar-se à cidade não quer dizer que perdeu sua importância, uma vez que:
                  *por não ser auto-suficiente, a cidade depende do campo;

              *quanto mais intensa a urbanização, maior a dependência da cidade em relação ao campo quanto à necessidade de alimentos e matérias-primas.




No entanto, as cidades concentravam a maior parte da riqueza e graças ao capital industrial, “obrigavam” o campo a produzir o que interessava às indústrias e aos habitantes da cidade. 


Séc XVIII e XIX – e a deterioração da qualidade de vida:
NAS CIDADES:
        *os trabalhadores moravam em cortiços e eram frequentes as doenças e epidemias pela falta de saneamento básico;
          *não havia legislação trabalhista;
          *o nível geral de renda era muito baixo.

NO CAMPO:
          *péssimas condições de vida existentes na zona rural – por causa da estrutura fundiária bastante concentrada.
          *dos baixos salários;
          *da falta de apoio aos pequenos agricultores;
          *do arcaísmo das técnicas de cultivo etc.

CONSEQUÊNCIA - êxodo rural – agravando os problemas urbanos.


 Embora o processo de urbanização tenha se acelerado com a revolução industriais, foi até meados do séc XX esse fenômeno relativamente lento e circunscrito aos países pioneiros no processo de industrialização. Mesmo o Reino Unido tornou-se predominantemente urbano somente por volta de 1900.


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