Regionalização do Brasil
A
divisão regional do IBGE
Em 1970,
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dividiu o
Brasil em cinco regiões: Nordeste, Norte, Centro-Oeste, Sudeste e
Sul.
A região
Norte é formada pelos estados do Amazonas (AM), Pará (PA), Acre
(AC), Rondônia (RO), Roraima (RR), Amapá (AP) e Tocantins (TO).
Com 3 869 637 Km², é a maior das cinco regiões brasileiras,
representando 45,27% do território nacional. No entanto, segundo a
Contagem da População 2007, realizada
pelo IBGE, apenas 14,6 milhões de pessoas vivem na região Norte, o
que equivale a cerca de 8% da população brasileira. Aí estão as
menores densidades demográficas do país – em média, cerca de 3
hab./Km².
A
região Nordeste compreende
os estados do Maranhão (MA), Piauí (PI), Ceará (CE), Rio Grande do
Norte (RN), Paraíba (PB), Pernambuco (PE), Alagoas (AL), Sergipe
(SE) e Bahia (BA). Abrange uma área de 1 561 177Km² (18,3% do
território nacional) e uma população de cerca de 51,5 milhões de
habitantes, o que equivale a 28% da população total do país.
A
região Centro-Oeste abrange
os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, além do
Distrito Federal. Tem uma área de 1 612 077 Km² (18,8% do
território nacional) é uma população de mais de 13,2 milhões de
habitantes, o que equivale a 7,2% do total nacional. O Centro-Oeste,
portanto, é a segunda maior região do país (está atrás apenas da
região Norte) e possui a segunda menor população (somente a região
Norte tem menos habitantes do que o Centro-Oeste). Aí predominam
baixas densidades demográficas, embora, tal como na região Norte,
esse índice venha crescente significativamente.
A
região Sudeste é
formada pelos estados de Minas Gerais (MG), São Paulo (SP), Espírito
Santo (ES) e Rio de Janeiro (RJ). Com 927 286 Km² – cerca de 10,8%
do território brasileiro -, possui cerca de 77,8 milhões de
habitantes, que totalizam 42,3% da população brasileira. É a
região mais populosa de país e também a mais industrializada.
Por
fim, a região Sul é
constituída pelos estados do Paraná (PR), Santa Catarina (SC) e Rio
Grande do Sul (RS). Com uma área de 577 214 Km²
– cerca de 6,7% do território nacional -, tem uma população de
cerca de 26,7 milhões de habitantes, o que equivale, a 14,5% da
população brasileira. Com muitas indústrias e uma agropecuária
moderna, é considerada a região mais desenvolvida economicamente
depois do Sudeste.
Os três complexos regionais
Outra divisão regional bastante conhecida e cada vez mais utilizada
é a estabelecida pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger, que divide o
Brasil em três complexos regionais ou regiões geoeconômicas:
Amazônia, Nordeste e Centro- Sul.
A nova forma de regionalização tenta compreender as partes que
compõem o Brasil sem uma rígida preocupação com os limites dos
estados, procurando levar em consideração as mudanças observadas
nas últimas décadas.
A seguir vamos saber como é constituído cada um dos três
complexos regionais brasileiros:
A Amazônia não deve ser confundida com a região Norte do
IBGE, pois abrange também a porção norte de Mato Grosso e a parte
oeste do Maranhão. É a região do bioma amazônico ou a porção da
Amazônia internacional que pertence ao Brasil. Possui cerca de 4,8
milhões de quilômetros quadrados, o que equivale a cerca de 56% do
território nacional, e uma população de aproximadamente 16 milhões
de habitantes, em 2007, o que equivale a 8,7% da população
brasileira.
O Nordeste também não pode ser confundido inteiramente com a
região Nordeste do IBGE, pois abrange, além dos nove estados (
menos o oeste do Maranhão), uma parte do norte de Minas Gerais. Esse
complexo regional compreende cerca de 1,6 milhão de quilômetros
quadrados (quase 20% do território nacional) e possui por volta de
51 milhões de habitantes (27,7% da população do Brasil).
O Centro-Sul corresponde às regiões Sul e e sudeste da
regionalização do IBGE, mais o Goiás e Mato Grosso do Sul e uma
porção do sul de Mato Grosso. Como dissemos, uma porção do norte
de Minas Gerais não pertence ao Centro-Sul, e sim ao Nordeste. A
área total do Centro- Sul do país é de cerca de 2,1 milhões de
quilômetros quadrados ( quase 25% do território nacional) e sua
população é de mais ou menos 117 milhões de habitantes, o que
corresponde a 63,6% da população brasileira.
Comparando as duas regionalizações
Ao comparar as duas regionalizações apresentadas, percebemos, em
primeiro lugar, que a divisão do IBGE respeita os limites entre os
estados brasileiros, ao contrário da divisão em complexos
regionais, que chega a incluir parte de um estado em uma região e a
parte restante em outra.
Acreditamos que a divisão em três complexos regionais seja mais
acertada, pois nem sempre todo o território de um estado tem as
mesmas características.
Com frequência, inúmeros órgãos do governo utilizam a
regionalização em três regiões geoeconômicas: quando há combate
às secas no Sertão nordestino, os municípios do norte de Minas
Gerais sempre estão incluídos na região a ser favorecida com
verbas ou ações de combate. O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais), que realiza um monitoramento das queimadas na floresta
Amazônica utilizando imagens de satélites, sempre inclui o oeste do
Maranhão e o norte de Mato Grosso na região da Amazônia quando
produz dados sobre queimadas. O Ministério do Meio Ambiente também
inclui essas duas áreas na região amazônica.
A Amazônica é conhecida por ser a maior floresta do mundo em
biomassa e biodiversidade e por conter a maior rede
hidrográfica do planeta. E qualquer pesquisador ou cientista,
brasileiro ou estrangeiro, sabe que o oeste do Maranhão e o norte do
Mato Grosso fazem parte da Amazônia brasileira. Portanto, toda
pesquisa sobre a biodiversidade dessas áreas é realizada na
Amazônia.
Referência Bibliográfica: Vesentini, José William. Geografia Crítica. 4ª edição. São Paulo:Ática, 2009.
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